Curso preparatório presencial x telepresencial x PDFs x livros

Hoje discorrerei sobre a metodologia de curso a ser adotada visando à preparação para concursos públicos. A primeira vez que ouvi algo mais substancioso em matéria de preparação para o segmento em análise foi exatamente um depoimento do professor Vicente Paulo. Entre outras coisas, ele asseverou, no seu “Aulas de Direito Constitucional”, que uma coisa é você estudar para a faculdade, [para as provas do seu curso de graduação, mestrado e tal], outra totalmente diversa é metodologia de estudo focada em certames públicos. São 02 (dois) mundos bem diferentes, totalmente opostos. Concordo plenamente. Se não está acreditando, diga-me quantos alunos de graduação você conhece ou conheceu cuja metodologia de estudo, dentre outras coisas, tinham por meta chegar ao 5º ano, se considerarmos um curso de Direito, com a matéria toda na mente? Pois é, na graduação com raríssimas exceções a forma de estudar, se é que se pode denominar estudo, sequer se assemelha à preparação para concursos públicos. Explico, na faculdade, a quantidade de conteúdo a ser estudada para a prova é mínima e o aluno estuda poucos dias antes da prova, é aquele estudo vampiro (o Alexandre Meirelles fala disso mais detalhadamente) onde o cara vira a noite estudando, faz a prova tira nota e, na semana seguinte, não se lembra de mais nada. Se consideramos o curso de Direito como exemplo isso explica por que o índice de reprovação no Exame da Ordem é alarmante. O aluno foi aluno 05 anos, mas não foi estudante nesses cinco anos! Uma coisa é você assistir aula, outra diferente é estudar o que foi dado em aula. Quer dizer: revisar, ler lei seca, súmulas, artigos científicos, livros clássicos, estar antenado com a jurisprudência dos Tribunais, especialmente STF e STJ (já se inscreveu no push? Não? Acha desnecessário? Você pensará diferente após encarar uma prova da Banca CESPE/UNB ou ESAF, especialmente a primeira.
Se você entendeu bem o recado, então sabe que no concurso terá muito conteúdo a ser estudado e terá de aprender a fazer provas e chegar ao dia da prova com o conteúdo todo na cabeça. Portanto, sem um planejamento eficiente é muito difícil obter êxito em concursos públicos mais visados pelo público concurseiro como analistas de Tribunais e carreiras fiscais, só para citar dois. Isso remonta àquela questão de planejamento de médio ou longo prazo, digamos, um ano e meio em média. Óbvio que há exceções à regra, alguns passam em menos tempo, outros em mais tempo, tudo depende da bagagem inicial do concursando. Portanto, metodologia de estudante de faculdade não vai funcionar muito aqui.
Adentrando à questão do curso preparatório, aqui exporei meu entendimento. Particularmente nunca fiz curso preparatório presencial nem telepresencial e só faria uma disciplina ou outra para fins apenas de atualização e tal. Desvantagem do curso presencial: tempo gasto em deslocamento, 1º ouvir, 2º anotar, 3º estudar. Vantagem – além do conteúdo transmitido, claro – você estará ao lado de muitos que têm o mesmo objetivo que você, isso o manterá motivado e alerta diante da concorrência. O telepresencial ou aqueles online tem menos desvantagem, você pode assistir, na sua casa, por exemplo, mas terá, claro, de 1º ouvir, 2º anotar, 3º estudar. E os livros voltados para concursos? Sim, sobre eles menciono o seguinte: 3º estudar. Sim, aqui você já entra na 3ª etapa, se já tem um cronograma de estudos, você já está eliminando as etapas anteriores e ganhando tempo. Não ache que você está estudando quando assiste a aulas seja online ou presencial, você estará entendendo alguma coisa, se estiver atento (aqui você é aluno), estudo de verdade se concretiza quando você lê, grifa, resume, revisa, reescreve, resolve exercícios (aqui você é estudante), portanto, esta é uma atividade ativa e solitária ao passo que aquela é passiva e, em regra, coletiva. Conclusão: NÃO ACREDITO EM ESTUDO EM GRUPO
Se compararmos os livros com os cursos em PDF, qual seria o mais indicado? Depende. Em regra, os livros ou vão além do exigido no edital ou ficam aquém ou não explanam com a devida profundidade, claro que há muitas exceções, aliás o mercado de livros voltados para concursos está cada vez mais especializado. Mas ainda assim, com exceção dos certames para Magistratura, MP e procuradorias, creio que os PDFs são os mais direcionados, isso porque são produzidos por especialistas na banca examinadora e 100% focado no edital daquele concurso. Óbvio que há livros 100% focados no edital de determinado concurso, mas isso não é a regra, pois um livro é escrito abrangendo o maior número de conteúdo possível e não um certame específico, há exceções, claro.
Um último detalhe, não ache que você irá tem grandes êxitos em certames públicos estudando por livros acadêmicos clássicos como Hely Lopes Meirelles ou Celso de Melo. Contudo, não fugirá deles facilmente se o objetivo for a Magistratura, Procuradorias e MP, por exemplo. Portanto, cuidado com o material que você escolhe para estudar, pois ele é serás seu escudo na batalha por uma vaga na Administração Pública. Outra coisa, no tocante aos PDFs, grande parte dos bons cursos preparatórios online disponibilizam a famosa aula zero gratuitamente, você pode efetuar o download e, se gostar, adquirir o curso. A vantagem é que você pode comprar só a disciplina que quiser, pois nem sempre gostamos da didática de algum professor quando compramos um curso preparatório estilo pacote completo. Não estou dizendo que um curso é ruim ou bom, não é isso, apenas que em um você pode perder mais tempo que em outro, apenas isso. Entre o presencial e o online, eu escolheria este último apenas por questão de ganhar em tempo de mais estudo.
É isso, o objetivo aqui foi te mostrar as opções, escolha o que melhor te atenda.
Bons estudos!

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