Quando alterar a resposta da questão antes de assinalar o gabarito final – Detonando a Banca

           Se você já alterou a resposta de uma questão (antes de assinalar o gabarito definitivo) e errou, quando alterou, tenha certeza de que não foi e não será o único. Eu já fiz isso várias vezes e, como sou “azarado”, errei a resposta correta em todas as alterações; para complicar mais, a alternativa que eu havia marcado antes estava correta em quase 100% dos casos! O Professor Pierluigi Piazzi dizia sabiamente que nosso cérebro tem a parte inteligente (inconsciente) e a parte idiota (consciente). O professor compara o cérebro à arquitetura de um computador. Para ele, “é como se tivéssemos, dentro do crânio, um idiota que grita [a parte menos inteligente e menos informada] e um gênio que sussurra [inconsciente]” [1].

 

 

 

 

            Quando alteramos uma resposta porque apenas julgamos que determinada alternativa PODE SER A CORRETA, isso após uma briga mental durante a prova toda com as demais alternativas (você continua resolvendo a prova, mas permanece com aquela dúvida cruel quanto àquela questão), simplesmente a parte idiota vence, segundo o memorável Mestre. Resultado: erramos a reposta correta!!! E quando alteramos a alternativa? No início da prova? Claro que não, deixamos para o fim da prova (após resolvermos tudo o que sabemos), vai que lembramos né? Mas, nem sempre isso ocorre, é aí que está o dilema. Qual é a dica então? Se você marcou determinada alternativa, salvo se houver algumas condições como: você lembrou a resposta correta posteriormente (óbvio demais) ou alguma outra questão/alternativa da prova trouxe algo esclarecedor de forma que você tem plena convicção de que a alternativa marcada não é a correta, NÃO ALTERE A ALTERNATIVA ANTERIORMENTE ASSINALADA, pois há grandes chances de ser a correta (o inconsciente já respondeu) e a parte “idiota” do cérebro o induzir ao erro! E há outro desafio: como deixamos para o fim da prova aquelas questões sobre as quais impera a dúvida, é fácil concluir que após 3h ou 4h de prova vamos estar mentalmente esgotados, daí outro agravante para que ocorra erro.

           Por isso é muito importante que você tire os primeiros cinco minutos de prova para folhear o caderno de questões, sem resolver nenhuma questão.  A finalidade disso é […] tomar conhecimento da prova inteira. Em cinco minutos é possível dar uma boa espiada em todas as questões, ver como estão distribuídas, reconhecer alguns desenhos etc. Essa etapa inicial tem duas finalidades. A primeira é permitir que você estabeleça a melhor tática para atacar o inimigo. […] A segunda finalidade dessa primeira etapa talvez você tenha adivinhado. Você (o idiota) ainda não está resolvendo nenhuma questão, mas o gênio, com certeza, já está! Ao longo desses preciosos cinco minutos o gênio já está processando [2].

 

 

 

       Veja, este é um roteiro para responder as questões que você assinalou como corretas e posteriormente, na dúvida, resolveu alterar. Se você não sabe a resposta de forma alguma, o procedimento é eliminar as alternativas mais absurdas e chutar em uma mais razoável.

 

FONTE IMAGEM: MP GO

 

            Outra finalidade importante para folhear o caderno de questões é que ir para a prova com uma tática de resolução de questões pré-elaborada pode ser um problema! Suponha que você arrepie em Direito Administrativo. Logo, você planejou iniciar a resolução da prova por essa disciplina. Até aqui sem problema, a coisa complica quando a banca pega pesado nessa matéria e você inicia a resolução por ela sem analisar as demais disciplinas, perde muito tempo na sua matéria favorita e o emocional desmorona. Isto não é ficção, no último concurso para Auditor Fiscal da Receita Federal, a ESAF arrepiou exatamente em Direito Administrativo, quem se manteve firme à estratégia inicial, provavelmente se deu mal na prova!

 

Ter uma estratégia de resolução de prova é fundamental, mas devemos estar preparados para possível alteração de caminho sempre!

 

Bons estudos!

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

[1] PIAZZI, Pierluigi. Inteligência em concursos: manual de instruções do cérebro para concurseiros e vestibulandos. São Paulo: Aleph, 2013, p.130.

 [2] PIAZZI, Pierluigi. Inteligência em concursos: manual de instruções do cérebro para concurseiros e vestibulandos. São Paulo: Aleph, 2013, p.134-135.

 

Você pode gostar...