Como aumentar a nota nas provas de concursos: o óbvio que ignoramos. O que fazer?

 

 

          Olá, concursando (a), como vão os estudos? Hoje, iremos tratar de uma negligência muito comum no universo do estudante concursando (óbvio que isto vale para OAB), eu inclusive já fui reprovado por ela. É o tipo de falha à qual não damos tanta importância, até pela sutileza como ocorre e, claro, o preço é alto.

Se você está acertando cerca de 70% a 80% das questões das provas que faz e não consegue aumentar esse percentual, é bem provável que sua falha esteja aqui. 

 

           É muito comum o candidato se debruçar sobre livros, cursos PDFs…e começar a acertar entre 70% a 80% das questões (aliás, essa é uma ótima média para concursos dificílimos, mas para a maioria (tribunais por exemplo) é preciso acertar bem mais que isso. Quando ele atinge essa média, ocorre quase um estacionamento da nota, ou seja o progresso passa a ser muito mais lento, isso se deve a um detalhe simples. Vamos a ele! Nesta fase, você, regra geral, não erra mais as questões simples (chuta menos), logo as mais complicadas passam a ser decisivas e aqui o bicho pega. Elas são mais exigentes na cobrança e com um conhecimento mediano você tem mais chances de errá-las.
         O problema é que a maioria das pessoas não dão atenção especial a isso, resultado: a média simplesmente estaciona, ora acerta um pouquinho mais que isso, ora a média é puxada para baixo. Diria que aqui está o ponto onde os candidatos furam a fila para valer, pois esse percentual é mediano e você precisa estar acima da média da maioria para ter chances!  Concurso é uma fila sim, mas se você não for estratégico, seus concorrentes ultrapassarão você tomando a dianteira, simples assim! Ocorre que a maioria esmagadora simplesmente continua estudando normalmente, como na fase inicial, não procurando “aparar as arestas”. Quer dizer, se você resolve uma questão e a erra, a primeira coisa a ser feita é verificar o motivo do erro: distração, pegadinha, desconhecimento do ponto exigido… Se você erra e não passa o “pente fino” descobrindo a causa e, claro, sanando o problema, você simplesmente estaciona. E mais,

 

se o erro é desconhecimento de conteúdo pontual, o que você tem de fazer é estudar esse ponto específico (seja fazendo resumos, mapas mentais, fichas, flash cards) e consolidar seu conhecimento com resolução de exercícios

 

 

 pois é fazendo exercícios que percebemos que ainda não dominamos determinado conteúdo, que não estamos com aquele “ponto” na “ponta” da língua. [1]
Por que devo fazer isso? Porque

 

se você vem errando determinado ponto da matéria, a conclusão é  que você não o aprendeu! 

 

Se você simplesmente seguir em frente, não eliminando esse aspecto, adivinhe o que pode lhe suceder, na prova para valer, se esse ponto for cobrado! Poderá ser exatamente ele a causa da sua reprovação. Percebeu?
         Veja que se trata de algo simples! Não há necessidade de se desesperar ou tirar um Doutorado na matéria para que sua média aumente. Willian Douglas diz que para se passar em concurso público é preciso apenas feijão com arroz. O Juiz Federal, Alexandre Henry Alves – aprovado simultaneamente em três concursos da Magistratura, dois federais e um estadual – é uma prova viva disso, a simplicidade é tudo. Leia o livro dele, você vai se surpreender.

 

Seja simples!

 

Ser simples é um caminho fácil de seguir em busca de resultados extraordinários, e dá certo. Dá certo o tempo todo, em qualquer lugar e com qualquer coisa. Por quê? Porque tem apenas um propósito: levar você direto ao seu objetivo. Quando você deixa tudo o mais simples possível, foca em uma única coisa. [2]
 
          Portanto, se você está nessa fase, concentre-se nos pontos quem vem errando frequentemente. É o chamado efeito dominó, corrigindo pequenas falhas, você adquire um ganho imenso de conhecimento. São pequenas peças que derrubam grandes muralhas. Detalhe importante, isso gasta tempo. E quando você vê alguém que tem muito conhecimento, essa pessoa aprendeu com o tempo. Quando vê alguém que tem muitas habilidades, ela as aperfeiçoou com o tempo. Quando vê alguém que fez muita coisa, tudo foi feito com o tempo. […] A chave está no tempo. O sucesso é construído sequencialmente. [3]
Aprenda a olhar retrospectivamente e apreciar o resultado que tem obtido. O aprendizado acontece todos os dias para aqueles que se esforçam. E só quem fica na guerra colhe os louros da vitória. [4]
Corrija sua rota, se preciso for, pois o sucesso está ao alcance de todos que se propõem a agir corretamente. [5]
         Uma observação importante: 80% de acertos nas provas da CESPE/UNB lhe darão uma ótima classificação. Outra coisa: o aprendizado não é linear, em uma prova você terá mais acerto; em outra semelhante, a nota pode cair um pouco, é absolutamente normal. Além disso, ninguém domina 100% do edital, não espere que você tire 10, 0 na prova, embora você deva estudar com espírito de quem quer tirar 10,0. Portanto, note que o problema que estamos discutindo aqui é exatamente o de você não conseguir avançar no percentual de acertos, a partir de certo ponto. Em tempo, vale muito mais a regularidade em todas as disciplinas do que um grande conhecimento em apenas um grupo delas. [6]
 
          Lembra-se da desnecessidade de se tornar um doutor nas disciplinas? Pois é. É óbvio que algumas disciplinas são mais importantes que outras, seja pelo peso das questões, número delas ou o quanto de edital elas ocupam. É o caso do certame de Auditor Fiscal, por exemplo, aqui você precisa dominar muito as disciplinas alicerces: Direito Constitucional, Direito Administrativo, Contabilidade Geral, Direito Tributário, Raciocínio Lógico e Língua Portuguesa. As ditas disciplinas básicas devem ser estudadas profundamente, visando tirar a maio nota possível na prova, pois a maioria dos candidatos que realmente concorrerão a uma vaga fará o mesmo. As bancas, por saberem que essas são as principais disciplinas, geralmente cobram questões mais difíceis em cima delas, pois partem do princípio de que quem estuda para aquela área, sabe muito [não tudo] das básicas. [7]
          Em síntese,

 

não ignore os detalhes e você ganhará alguns quilômetros de vantagem de seus concorrentes.

 

         Resumo: se você está errando o mesmo ponto diversas vezes, suponho que esteja resolvendo diversas provas. Ora, se esse ponto específico aparece diversas vezes, é evidente que é muito cobrado! Percebeu a chance de esse deslize pontual deixar sua vaga escapar? Em tempo, não basta que resolva muitas questões, é preciso aprender com os erros, estudar os pontos específicos que você está errando. Uma forma muito eficiente de fazer isso é ter seu caderno de erros!  E como eu faço isso? Bem, a Gabriela Knoblauch, do estratégia concursos fez um vídeo muito interessante sobre isso, recomendo fortemente que você  o assista, eis o link: VÍDEO: Caderno de erros! Como fazer? Quando usar?

Bons e produtivos estudos!
 
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Referências
[1] LÊNIN, Alexandre. Como Memorizar o conteúdo para a prova usando questões de concursos anteriores. Disponível em <
http://www.horadoestudo.com.br/como-memorizar-o-conteudo-para-a-prova-usando-questoes-de-concursos-anteriores >     Acesso em 10/02/16.  


[2] KELLER, Gary; PAPASAN, Jay. A única coisa: o foco pode trazer resultados extraordinários em sua vida. Trad. Caio Pereira. São Paulo: Novo Século, 2014, p12.
[3] __________, Gary; PAPASAN, Jay. A única coisa: o foco pode trazer resultados extraordinários em sua vida. Trad. Caio Pereira. São Paulo: Novo Século, 2014, p16.
[4] MESQUITA, Fernando. Por que a aprovação demora tanto quando estou QUASE lá? – A Curva do desempenho. Disponível
<http://blogdofernandomesquita.com.br/nao-sei-e-a-curva-do-desempenho/ Acesso em 10/12/2014.
[5] ALVES, Renato. Não pergunte se ele estudou: Como despertar nos filhos o interesse e a motivação nos estudos. São Paulo: Humano, 2012, p.87.
[6] ALVES, Alexandre Henry. Juiz Federal: lições de preparação para um dos concursos públicos mais difíceis do Brasil. 2ª ed. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2009, p.71.
[7] MEIRELLES, Alexandre. Como estudar para concursos. Rio de Janeiro: Método, 2011, p.240.

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